quinta-feira, 29 de março de 2012

"O que é formação para CIDADANIA?"


Texto base: Entrevista com Chico de Oliveira, realizada em 1999.

Palavras-chave: Cidadão, plenitude, virtualidade e conflito.

Para que falemos sobre cidadania,  temos de pressupor que existam cidadãos.  E como definir o que é cidadão? Cidadão é aquele que participa ativamente da sociedade e possui direitos atribuídos por uma constituição ou conjuntos de Leis, ou talvez, pela própria organização cívica que se encontre (será que um índio é cidadão? Acho que para sua tribo e para o país que ele habita, sim).

Sendo assim, para sermos cidadãos devemos participar de forma efetiva da sociedade buscando garantir os nossos direitos como também lutar por eles, pela sua melhoria, pela sua adaptação segundo a nossa realidade atual. Essa busca pelos direitos deve ser algo dinâmico que envolve fielmente quem luta por uma causa. No entanto, mesmo sendo ativo, esse cidadão usará de armas para que suas reivindicações possam alcançar algum êxito considerável (aqui, é o estágio do conflito). Para maior eficiência, ele se utilizará de instituições criadas e organizadas pelos próprios cidadãos para que se tenha uma força maior de mobilização, de modo que cause mudança no meio.

Temos as Leis que nos garantem nossos direitos, porém necessitamos trabalhar para que as lacunas existentes, nessas Leis, possam ser vedadas com as alterações e os acréscimos necessários. Respeitando sempre as diferenças e trabalhando com elas para que cada raça, crença e etnia possam desfrutar de direitos igualitários como também serem aceitas e compreendidas por todos. Isso é a criação do espaço de virtualidade, onde se estudaram as opções para que talvez se haja um novo direcionamento para a mudança dentro de um direito.

Mas, como está preparado? Sem dúvidas, necessitamos estar aptos no que diz respeito à linguagem para poder se desenvolver qualquer coisa. Não tem como viver em Marte, se não se sabe a linguagem que se usa por lá. Temos de estar sempre "inseridos" na linguagem para assim podermos caminhar dentro de uma sociedade. Quando se registra uma criança, vê-se já um cidadão segundo o documento, mas para que esse surja futuramente como cidadão, esse deverá participar da sociedade com suas ideologias. Chegando, então, em sua plenitude de autonomia.

É fato que os direitos já são garantidos mesmo quando não somos inseridos na linguagem (quando recém-nascidos são registrados - Brasil). No entanto, somente a plenitude de autonomia que concretizará a cidadania.

"Quais os conhecimentos necessários aos educadores e educandos do Século XXI?"


É interessante, para nós alunos, hoje, dialogar sobre esse assunto já que vemos os dois lados da moeda em nosso dia a dia. Vemos educadores que transmitem conhecimentos e outros que estimulam a buscar esses conhecimentos e buscar transformá-los ou aderi-los de alguma forma.

Na própria pergunta, percebemos a influência do simples ensino de coisas: "Quais conhecimentos...?" Quais métodos, formas, teorias, deveríamos seguir para alcançar o que seria a escola modelo do século XXI. No mais, a seguir exponho, acho, que as quatro diretrizes para a Escola Cidadã no Século XXI:

  1. Re-aprender a conhecer: Nessa diretriz, temos a necessidade primeira de conhecer as formas em sua teoria, ou seja, conhecer as coisas; ter embasamento teorético. Aqui, não usaríamos de métodos que nos levassem ao simples decorar de sentenças, mas ao método de motivação que nos permitisse pesquisar, "correr atrás" desse conhecimento almejado por nós;
  2. Re-aprender a fazer: Antes, se cobrava dos alunos o saber do feito, de quais procedimento eram necessários para chegar a esse feito (tecnicista). Nessa nova proposta, vemos a necessidade de poder não somente fazer o feito, mas recriá-lo, reinventar. Dando, pois, um dinamismo de certa forma evolutivo ao fazer.
  3. Re-aprender a conviver (viver juntos): Essa diretriz serve para para a Educação como para diversos ramos de estudo e vivência em nossa sociedade. Ela implica no RESPEITO ao que é diferente de nós, seja na área ética, religiosa, etnológica, social, econômica, e política. Temos de aprender a perceber a realidade como é em sua totalidade e compreender as "desigualdades" que formam o que chamamos de civilização global. Essa re-aprender a conviver nos remete a conscientização do que é mundo.
  4. Re-aprender a ser: Nessa diretriz, seremos já a totalidades das anteriores na perspectiva de que somos seres inacabados e que sempre buscamos o que é perfeito.  Isto é, tendo essa perspectiva como norteadora de nossa conduta, saberemos dialogar e duvidar sobre o que se conhece, podendo causar um desenvolvimento produtivo do que se conhece entre duas pessoas. Por exemplo, no meu Estado, uma fruta tem certas propriedades acentuadas e no seu Estado, essa mesma fruta tem outras propriedades acentuadas e assim, saberemos no fim, quais as totalidades de propriedades que essa fruta tem. É saber somar por meio do diálogo.