quinta-feira, 7 de abril de 2011

Montaigne - Cap IV - De como a alma que carece de objetivo para as suas paixões as manifesta ainda que ao acaso

Citação: "assim como o vento, se espessas florestas não se erguem à sua frente como obstáculos, perde sua força e se dissipa na imensidão" #Lucano

Nesse ensaio, Montaigne discute a carência de objetivo para a alma. Ou seja, vemos que os homens não estão aderindo, à vida, um planejamento que os direcione e os coloque sempre a favor de uma meta. O acaso é recebido por aqueles que sua alma é inteiramente guiada por instintos (Montaigne compara o Homem aos animais). E por isso, seguem seus instintos a qual sua prática acarreta muitos prejuízos ao portador da alma. Por que, então, não se procurar o verdadeiro objetivo que os guie para benefícios?

Mesmo assim, diversos preferem se abster desse Objetivo e se colocam ao vento, ao acaso, ao resultado de seus maus atos.

"Não devemos encolerizar contra os acontecimentos, porquanto não se preocupam com as nossas iras" (Em Plutarco - um poeta antigo)

No entanto, Montaigne constata que tais homens entregues ao acaso, ainda se permitem se revoltar contra seus deuses pelos sofrimentos adquiridos ou até pelos acontecimentos. Infelizmente, tal cólera não é ouvida.

Qual seria a culpa dos deuses, se ele mesmo se faz mal? #Fato


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Montaigne - Cap III - Dos nossos ódios e afeições

Citação: "Nunca estamos em nós; estamos sempre além. O temor, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora então já não sejamos mais."

É fato que somos aptos a julgar a quem nós temos apreço e a quem não. Isso é muito comum, e Montaigne, especifica como eram feitas as honrarias aos reis mesmos esses sendo considerados maus. O que se tinha por costume era respeitar acima de tudo a autoridade real dos governantes, mesmo que suas ações não levassem a tal postura popular (é um costume que ocorre até nos dias atuais).

Além de tal ponto, aponta para a preocupação excessiva com a Morte e seus pós-preparativos. Mostra-nos alguns exemplos onde indivíduos se colocam inteiramente envolvidos nos preparativos e rituais a serem feitos em seu funeral antes da chegada hora, apesar de que em alguns casos não serem merecedores desses ritos.
Para Montaigne, a melhor forma de conduta é deixar esses preparativos nas mãos dos quem ficar. Pois, dessa maneira, a ritual fúnebre será de acordo com a honraria que o indivíduo possuiu. Sendo, pois, lembrando por suas obras (Logicamente, existem exceções nesses casos).

Enfim, o que se tira de lição (#Dever) deste capítulo é que a não preocupação com o futuro é quase improvável pois sempre estamos sendo remetidos a ações que refletem coisas relacionadas ao futuro. Nossas emoções, sonhos, pretensões, medos nos levam a agir sempre em vista desse.


Montaigne - Cap II - Da tristeza

Citação: "(tristeza)... pois ela é sempre nociva, sempre insensata, e também covarde e desprezível: os estóicos a proíbem aos sábios." Pag 15 §1º

Nesse ensaio, Montaigne se mostra averso a esse sentimento da Tristeza, relata que não tem nenhuma disposição a esse já que se considera portador de uma sensibilidade grosseira. E aproveitando tais características pessoais apontadas no início de seu escrito, faz uma crítica aos que aderem um sentimento de tristeza para ostentar sabedoria, honra, contrição, etc. Vê, a partir desses exemplos, que não há a necessidade de colocá-la como meio principal para se ter tais virtudes, como também expô-lá como forma de exibição.

Tendo isso firmado, Montaigne analisa alguns exemplos onde grandes autoridades foram submetidas a várias provas (perca de filho, mortes). E essas autoridades não se compadecem de imediato, e entronizam em si uma postura inteiramente honrosa. No entanto, quando essas são submetidas a outras provas a mais, desabam. Isto é, a taça que já estava repleta, recebe mais vinho e sangra. Tais autoridades, então, chegaram ao seu limite nesse momento.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Imagens e Conhecimento

É extremamente importante a discussão sobre a Origem do Conhecimento. Na filosofia,  há muitos que construíram suas teorias como Hume e Locke.

Muitos acreditam que o conhecimento é unicamente dedutivo, logicamente, dependente da razão. O que ignora qualquer influência da experiência (da sensibilidade) nesse. A experiência é considerada causadora de falhas. Ao admitirmos, que o conhecimento racional é inteiramente lógico e demonstrável, aceitaremos que seria inadequado que a origem de tal forma de conhecimento fosse as impressões sensoriais.
#Idéias Inatas

No entanto, é inevitável a ocorrência de que nosso raciocínio responde ao que nossas impressões transmitem, ao nosso intelecto. Aliás, nós somos conhecedores por ter esse contato sensorial e, porque conseguimos combinar tais imagens. Portanto, a imaginação (que abarca essas imagens em nossa mente) não pode ser descartada como forma de conhecimento devido essa propiciar ao conhecimento, dedutivo, opções e combinações para a construção de demonstrações inteiramente racionais.

Apostar que nossas idéias são inatas e que essas imagens estão em nosso intelecto, e renascem em nossa consciência, é bastante complexo e platônico (Metafísico: Mundo das Idéias). Porém, a corrente que coloca a experiência (empirismo) como fonte primária do conhecimento é, certamente, válida no que se refere à Origem.

Será que um homem desprovido de qualquer forma de sensação poderia conhecer o que estar ao seu redor?

Toda essa repulsa que a experiência encontra no racionalismo, é, justamente, porque tal fonte pode abarcar ilusões, coisas irreais, etc., mas é inegável a sua participação na formação do conhecer. Qual seria o filtro da do conhecimento vulgar, certamente, a Razão.


#Locke

Papel em Branco - Caracteres - Fonte da Sensação e Fonte da Reflexão

Montaigne - Cap I - Por diversos meios, chega-se ao mesmo fim

Citação: "Em verdade o homem é de natureza muito pouco definida, estranhamente desigual e diverso. Dificilmente o julgaríamos de maneira decidida e uniforme" Pag 14 §2

Nesse ensaio, Montaigne se utilizou de exemplos para demonstrar como a relação de sentimentos contrários pode ser satisfatória no que se refere à resposta do mau sentimento ante a um bom parecer. Isto é, quando se responde raiva com raiva, as conseqüências serão as priores possíveis já que teremos, nesse caso, forças iguais. No entanto, quando se responde a essa raiva com coragem e temperança, haverá, pois, possivelmente, a destruíção da mesma por esse sentimento que causará admiração.

É fato que a compaixão não é muito honrosa em certas ocasiões, embora possua todo um apelo emocional. Ela tem a possibilidade de carregar, em si, nenhum tipo de honradez que venha a convencer um coração inebriado de rancor ou de quaisquer outros sentimentos ruins.

#Estoicos:

Citação: "Entretanto, acho que cederia mais facilmente ainda pela compaixão do que pela admiração, embora a piedade seja considerada paixão condenável pelos estóicos, os quais admitem que socorramos os aflitos mas não que nos enterneçamos ante a sofrimento ou dele nos compadeçamos." Pag 13 §5